Novela: Rebelde atrai cada vez mais o Público Infanto-Juvenil
Depois de dez meses no ar, Rebelde já
garantiu uma segunda temporada, que deve estrear nos próximos meses. E
basta acompanhar os capítulos do folhetim infantojuvenil da Record para
perceber que existe, sim, fôlego para isso. Principalmente por uma
característica que marca bem a diferença entre a adaptação nacional da
homônima mexicana e outros projetos focados em adolescentes: a ausência
de crises de identidade.
Por
mais que emissora tenha "vendido" a obra como voltada para a família
inteira, tudo gira em torno dos conflitos dos alunos do fictício colégio
Elite Way. Ali, os adultos são mesmo meras escadas para os mais novos,
muitas vezes adotando um comportamento bem próximo ao deles. Como os
professores, por exemplo, que chegam a revezar mais na troca de casais
que os próprios alunos.
Os
conflitos amorosos juvenis, aliás, preenchem a maior parte das cenas
escritas por Margareth Boury e sua equipe. Assim como em várias tramas
adultas, o romance parece ser o combustível mais fácil para afastar
possíveis barrigas depois de mais de 200 capítulos no ar. Isso sem
contar na fase musical. Os números já vinham sendo utilizados desde o
início, mas o sucesso da turnê lançada no final do ano passado - com
venda de CD e shows em diversas capitais brasileiras - mostra que pode
ser um bom caminho tentar juntar o potencial que o projeto tem tanto na
tevê quanto na internet, nos palcos e nas paradas musicais.
E
essa movimentação parece já acontecer mesmo. O elenco cada vez mais
aproveita as redes sociais para interagir com o público. Além disso, as
canções do grupo Rebeldes agora embalam a maior parte das cenas
do folhetim, deixando um pouco de lado a trilha sonora utilizada nos
primeiros 100 capítulos. Principalmente aquelas com o ex-Ídolos Chay Suede em primeira voz.
Ele,
inclusive, é uma das boas surpresas. De longe, é quem melhor canta. E,
apesar da inexperiência como ator, não chega a destoar dos colegas.
Tanto é que teve sua participação cada vez mais explorada em diversos
núcleos. Parece ter caído nas graças da autora.
O
número de alunos com falas nas cenas também cresceu bastante. Agora, os
conflitos giram em torno de quase uma turma inteira. O que,
indiretamente, acaba fazendo com que alguns dos atores mais experientes
sejam completamente desperdiçados. Caso de Adriana Garambone, por
exemplo. A atriz até transformou sua desequilibrada Eva em uma das
personagens mais divertidas da novela durante algum tempo.
Mas,
de várias semanas para cá, ficou evidente que Garambone tem bem mais a
oferecer que aquilo que cabe em suas cenas. Assim como Cássia Linhares,
na pele da redimida Sílvia, e Claudia Lira, como a batalhadora Beth. Até
o carismático Pingo, personagem de Sylvio Meanda, parece ter sido
esvaziado. Apesar de ser em seu núcleo que a comédia mais aparece.
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